ARAGONEZ MARQUES

Biografia:

Rui Manuel Aragonez Marques, de seu nome completo, nasceu em Portalegre em 19 de abril de 1957.
Após a Constituição da República de 1976, fez parte da primeira equipa de técnicos do Ministério da Educação que lecionaram nos Institutos do Serviço Tutelar de Menores do Ministério da Justiça, mais propriamente, no Instituto de Reeducação de Vila Fernando (Elvas) e São Bernardino (Peniche). 
Após esses anos de trabalho direto com as instituições, integrou a Direção Geral do Ensino Básico como Orientador Pedagógico da Direção de Serviços do Ensino Primário nos quinze  concelhos do Distrito de Portalegre, tendo organizado durante esses anos a formação de professores. Integrou como professor destacado o Projeto de Luta contra a Pobreza no concelho de Elvas, pois sempre os problemas sociais o estimularam quando verdadeiros. 
Na década de 80 fez parte dos Bombeiros Voluntários de Portalegre, da Direção do Rancho Folclórico de Boavista e da Sociedade de Instrução e Recreio de Elvas. 
Multifacetado, é também autor de várias canções infantis.
Exerceu vários anos em Espanha como professor de Língua Portuguesa na Universidad de Extremadura, em várias Universidades Populares, Barcarrota, Salvaleón, Salvatierra de los Barros, Talavera la Real, Guadajira, Lobón, Academia Educo, Escuela de Administración Pública de Extremadura, Escuela de Restauración de Badajoz, Policía Nacional, Guardia Civil de Badajoz y Cáceres, Academia de Policía de Badajoz, Caja de Badajoz, outras empresas como El Corte Inglés ou Hotel Zurbarán são vários dos contatos docentes que manteve com a prática da docência do Português para Estrangeiros, incluindo traduções como as do Museu Arqueológico de Badajoz. 
Pertenceu ao Claustro de Professores de ITAE, onde recebeu uma homenagem em cerimonia pública em 2001 como mérito ao trabalho aí desempenhado durante três anos. 
Após quatro anos letivos em Timor-Leste, no Projeto "Centros de Aprendizagem e Formação Escolar", regressa a Portugal onde atualmente está ligado aos Quadros de Educação no Distrito de Portalegre como professor do Ensino Básico.
São vários os artigos de opinião publicados na imprensa regional portuguesa e mesmo no "Jornal de Educação" de âmbito nacional. 
Em 2019 representa Portugal no dia 10 de Junho a convite do Consulado Geral de Portugal em Zurique. 
Desde essa data, colabora como cronista da Revista O Lusitano de Zurique. 
Para além de uma novela "Margens de um Rio Violento" em 1997 e reeditada por Filigrana Editora em 2019, publica em português e espanhol os livros infantis "Uma aventura no ciclo da água" em 2001 e "As estrelas do avô de Manuel" em 2002. Publica ainda "Três contos trípteros" em edição bilingue em 2002 e "Mariana ou a andorinha filha da liberdade" em 2008. 
Volta a editar apenas em português "Retratos de Gente em Procissão" em 2012. 


Filigrana Editora decide avançar com a Coleção Aragonez Marques, reeditando ou editando toda a sua obra, da qual foram editados dois livros "A Mulher do Sargento Espanhol" em 2018 e "Margens de um Rio Violento" em 2019.


Obras publicadas com Filigrana Editora


COLEÇÃO ARAGONEZ MARQUES: 

A MULHER DO SARGENTO ESPANHOL

MARGENS DE UM RIO VIOLENTO

A descoberta de uma falange, de uma falanginha, de uma falangeta e de uma rótula, nas valas onde se enterravam os porcos durante a calamitosa Peste Suína Africana, leva-nos a descobrir uma aldeia que cresce graças a uma Santa que foi enterrada viva.

Uma carta recebida da Argentina empurra-nos para uma ferida aberta pela guerra civil espanhola que influencia Portugal clandestinamente.

Uma emigrante que limpa o pó ao "abuelo" embalsamado.

O primeiro amor de Perón.

Behamonde, o herói aviador republicano, irmão do general Franco.

O acidente do avião da Madeira.

Pinceladas de Buenos Aires, Açores, Mulhacén, o Vale dos Caídos, La Roca de la Sierra, mas também Arronches, Elvas, Portalegre, Ribeira de Nisa... Alentejo.

Cheiros de um tempo em que as criadas de servir serviam para tudo, criadas por quem serviam. 

Uma escola reprodutora do sistema com personagens que o mantinham. 

Uma igreja que se cansava de manter um regime.

Personagens de loucura, Cinha Cinhona, o Engoletudo, Paulo Macedónia, o primo Júlio, o padre Cabral, a Dona Antónia, o Zé da Coelha, Papafina de Jesus, o Ventoinha, o Zarolho, o Espanhol, Salazar o Cigano, Patrocínio Marques casada com Salustiano Perez Román, o sargento espanhol, e muitas outras, que se cruzaram, se tocaram, mas não se encontraram.

Um romance vertiginoso onde se misturam tempos e memórias e onde a Mulher, nua e crua, é central no desenrolar da história que se conta.

A Mulher do Sargento Espanhol é ficção pura, marioneta nos dedos da realidade.

A Mulher do Sargento Espanhol é um livro para quem gosta de se perder no passar ritmado das páginas, uma aventura de leitura, um tambor tocado pelo destino.

O Pirata, o Mãos-de-Sabão, o Cegonha, o Popular, o Chico Orelhas, o Piriscas, o Bairro do Cata-Vento onde os meninos jogavam o xito e saíam pela noite levar às mães e irmãs aos seus trabalhos nas ruelas da grande cidade.

Mas também outros, adultos, como a Filomena (a moçoila gorda dos olhos sapudos), a Dona Cremilde (recitadora de terços), o Maurício, o Director, o Motorista, a "amante" do monitor Faustino, o professor hipnotizado pela liberdade da namorada e, ainda, "as entradas galegas", as "rodas mudas", o assalto à casa do Director, o pardal que tinha ninho no bolso de uma camisa, as fugas, os quartos de isolamento...

Os números pelos quais as crianças eram tratadas, 112, 118, 12 e o 78, o do João Patrício que se recusava a responder se não fosse pelo seu nome.

Trata-se de um livro onde meninos condenados pelos tribunais viviam misturados com meninos órfãos, a sua única delinquência. O tempo das célebres Colónias Penais que a Constituição da República, dando cumprimento a "todas as crianças têm direito à educação..." conseguia colocar escolas com professores habilitados dentro dos seus muros.

Margens De Um Rio Violento foi começado a escrever como denúncia e hoje impresso como memória.

Todo o cenário da novela é verídico, os comportamentos também.

Ressalve-se a liberdade de invenção de uma história.

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